Cinema brasileiro é mal visto em Hollywood

Saiu em alguns jornais dessa semana que o Brasil ficou de fora na luta pelo Oscar na categoria de filmes estrangeiros. Para muitos especialistas no assunto e a maioria na opinião pública, isso já era de se esperar. Mas qual o motivo de tamanha descrença em nosso cinema?

Bom, eu sempre disse que o principal motivo do Brasil ser tão pouco levado a sério no mundo do cinema é que a maioria dos filmes nacionais fala de violência, sexo e drogas, e não por ser um país ainda desestruturado tecnicamente como pensa muitos especialistas. É claro que há raras exceções, mas digamos que 90% das produções nacionais são de tal gênero. Esses produtores tentam mostrar a realidade triste de nosso país, mostrar ao mundo quantas pessoas sofrem com isso. Mas cá entre nós, isso deve ser feito em um filme? As pessoas vão mais ao cinema para se divertir ou refletir problemas sociais? Além disso, detona a já frágil imagem que nosso país tem lá fora. Que diabos de país é esse que só tem violência urbana? É como os estrangeiros devem pensar.

Ao contrário de muita gente eu digo que apesar disso tudo nosso país tem muita coisa bonita para se mostrar, não apenas belezas naturais. Temos gente esforçada, pessoas brilhantes se escondem na máscara monstruosa que nós mesmos construímos na imagem de nosso país. Por isso acho que se o cinema brasileiro começar a mostrar mais o que há de belo em nosso país, não o que há de errado, teria uma melhor imagem lá fora. Boas produções podem sair de uma boa capacidade de criar e imaginar, não só do criticar a sociedade, como fazem muitos. Quantas produções nacionais que trazem essa característica criadora que se destacaram fora daqui? Nenhuma! Quando não usam o trio sexo, droga e violência criam algo do tipo "Xuxa e o mistério da feiurinha”, um teatrinho barato em formato “filmado”. Francamente, não levam nem esse tipo de trabalho a sério. Só querem colocar na cabeça das crianças propagandas estúpidas da rede globo ao por “celebridades” no elenco que nem são artistas da dramaturgia, só pra chamar mais público.

Como vimos, podemos concluir que o problema não está na falta de dinheiro, nas precárias técnicas de filmagem ou materiais. O problema está no mundo das ideias, no roteiro, a espinha dorsal da produção. Acredito que há uma legião de bons roteiristas querendo expor seus trabalhos aqui no Brasil. O problema é que o nosso mercado cinematográfico ficou tomado por críticos socialistas e pessoas superficiais, que acham que são as celebridades da rede globo que trás público.